sábado, 6 de agosto de 2011

Dia Dos Pais: Muito Mais Do Que Uma Homenagem


Na semana passada eu me sentei na igreja ao lado de uma senhora, a qual sua filha estava ensaiando com as crianças...eu disse a ela: - ah sim, estão ensaiando para o dia dos pais! A senhora então exclamou:  -coitadinha da minha filha...e continuou o desabafo sobre o pai que há anos não vive com a família, disse que na mesma semana o pai ligou pedindo para falar com a garotinha, entretanto, ela estava dormindo. Ao  ser informada da ligação, disse que não queria mesmo atender ligação dele ...
Também ouvi uma  outra mãe que disse: - dia dos pais é difícil até de vir à igreja...
Ainda ouvi outras reclamações a respeito de datas comemorativas.
E ainda, ontem uma das minhas vizinhas parou no meu portão para conversar e me falou sobre o filhinho dela que perdeu o pai em um acidente ...ela me disse: - ele está pior essa semana que se aproxima o dia dos pais e se fala tanto nisso!
Entre tudo o que ouvi, o que já senti a cerca do dia dos pais, quanto constrangimento na escola! Quando criança, havia apresentações na escola comemorando o dia dos pais, as crianças sorriam com seus pais...e o meu pai? Por que ninguém se importava que o meu pai não estava lá, não participava das reuniões...nunca viu meu boletim...MEU DEUS QUANTA INDIFERENÇA COM OS MEUS SENTIMENTOS!!!
Como profissional da educação, embora não esteja atuando no momento, participei da construção da proposta pedagógica Municipal em vigor; confesso que não sou marxista radical, também não concordo que Deus seja “banido” da sala de aula, todavia, compactuo que as datas comemorativas não faça mais parte do curriculum das escolas municipais. Desse modo, muitas crianças serão poupadas de constrangimentos em situações como esta aqui abordada.
Certo, alguém poderá dizer, não dá para deixar de fazer  comemorações por conta de alguns que não tem pai, ou o pai não está presente...etc e tal...
Pode até ser que não se deva mesmo deixar de comemorar, mas deixo a minha reflexão sobre o modo como geralmente é comemorado: coloca todas as crianças em uma única situação, como se fossem todos iguais, sem respeitar o contexto de cada um...priorizando um conceito familiar ideal, porém, totalmente irreal.
Por isso eu insisto que trabalho, seja secular ou cristão que não valoriza o CONTEXTO de cada envolvido, as intenções podem até serem boas, mas não passa de  “eventos”e “movimentos” para “INGLÊS VER”. E se tratando de situações  relativas na casa de Deus, Ele pode até operar, e opera, porque tem compromisso com a palavra Dele, mas certamente não tem prazer que façamos “vistas grossas” às necessidades dos seus amados.
Jesus, um pedagogo por excelência nos deixou exemplos grandiosos a respeito de como valorizar e respeitar o contexto de cada um.  Tomamos como breve exemplo a história da mulher  samaritana...Jesus poderia simplesmente pedir que ela se ajoelhasse e orasse por ela...mas não, Ele valorizou seu contexto, sua história de vida e então, após olhar para a mulher como um ser social que se relaciona, que tem sentimentos, que tem passado....ele pode ajuda-la através do confronto: disse Jesus a ela  - "Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade" (4:17-18). Quando o homem judeu chamado Jesus partiu do contexto daquela mulher para lhe transmitir a mensagem da cruz, utilizando da melhor metodologia, melhor didática, Ele acertou o alvo, quebrantou o coração dela...
Que possamos seguir os exemplos dos ensinamentos de jesus!
O que adianta ensinarmos nossas crianças a cantar afinadinhos “PAPAI É MEU HERÓI”...quando na verdade, tem crianças no mesmo vocal que vê o pai como bandido...
Misericórdia! Que possamos ministrar perdão nos coraçõezinhos que precisam compreender esta verdade...
Ministrar cura no coração dos que se sentem abandonados...
Através da palavra de Deus  sermos ponte para ligar...
Falar e enxergar a verdade, que Deus transforma sim, mas tem pai que precisa mais de confronto e amor do que homenagem  uniformizada , padronizada e rotulada.

1 comentários:

M.Maria M. Coutinho disse...

Falou tão bem! abraços.