terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Teoria Dos Amigos de Jó

Eu me recuso a ser como os amigos de Jó.
Segundo a Bíblia, Jó era um homem sincero, reto, temente a Deus e desviava-se do mal.
Porém, Deus permitiu que Jó fosse provado, perdendo seus bens, seus filhos e sua plena saúde.
Como eu e você, Jó tinha seus amigos que foram consola-lo.
“Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo esse mal que lhe havia sucedido, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, Bildade o suíta e Zofar o naamatita; pois tinham combinado para virem condoer-se dele e consolá-lo. E, levantando de longe os olhos e não o reconhecendo, choraram em alta voz; e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó para o ar sobre as suas cabeças. E ficaram sentados com ele na terra sete dias e sete noites; e nenhum deles lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande” (Jó 2:11-13).
Até aí tudo bem, é bom receber apoio em momentos de lutas, porém, o que aconteceu na sequência foi que os amigos de Jó  começaram a julgá-lo procurando pecado que ele tivesse cometido que justificasse seu sofrimento.
Veja o que Elifaz diz:
 “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso... Eis que isso já o havemos inquirido, e assim o é; ouve-o, e conhece-o para teu bem” (Jó 5:17, 27).
Elifaz não compreendeu que Jó estava sendo provado e NÃO corrigido por Deus; desse modo, os amigos de Jó passaram a julgá-lo e procurar nele algum pecado que justificasse o sofrimento.
A cultura dos AMIGOS DE JÓ, se reproduz nos dias de hoje no meio cristão, quando vemos algum irmão em situação adversa : “ se alguém cai, dizemos: foi o pecado! Se alguém empobrece, declaramos: é amaldiçoado. Se alguém adoece, proferimos: é porque não tem fé. Se alguém não consegue vencer numa área da vida, julgamos: é demônio”.
Algumas pessoas compreendem que prosperidade material, ministerial é sinônimo de santidade, de estar bem com Deus, assim como, dificuldade financeira, doença, é sempre maldição e sinônimo de estar mal com Deus.
Não me refiro aqui às consequências naturalmente das nossas escolhas, atitudes...pois a Bíblia diz que colhemos o que plantamos. Por exemplo: se eu avançar o sinal vermelho e bater o carro, sofrerei as consequências da minha atitude errada. Ao furar o sinal, fiz uso do meu livre arbítrio e sofrerei as consequências pela minha decisão e não porque Deus está me castigando, pesando a mão como ouvimos por aí.
Ao contemplarmos alguém sofrendo enfermo, ou dificuldades financeiras entre outras, que possamos orar, se percebemos que é consequência de alguma decisão errada e conselhos forem pedidos, podemos até dar nossa opinião, com clareza, sabedoria de Deus, buscando amenizar o impacto de alguma decisão errada...entretanto devemos no guardar de emitir pareceres a respeito do julgamento, correção, ou provação  oriundo da parte de Deus, e jamais aplicar “A TEORIA DOS AMIGOS DE JÓ”.
Pode ser que as provações nossa ou de algum irmão , seja apenas Deus se revelando a nós, o que é BENÇÃO E NÃO MALDIÇÃO e no final poderemos afirmar como Jó:
Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos ( Jó 42:5).